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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Leishmaniose Canina

Campanha GRAPPA - Leishmaniose Canina
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Exame de Leishmaniose condena cachorro sadio
(em 09/09/2008)

Leishmaniose: Como é a doença?

Por muito pouco, o cachorro Oliver, 6 anos, não teve que ser sacrificado em razão de um falso resultado positivo para leishmaniose visceral. O schnauzer faz parte da lista de 6.510 cães examinados este ano pela Divisão de Controle Ambiental (Zoonoses) no DF para o monitoramento da doença. Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde, Joaquim Barros, aproximadamente 30% desses animais, 1.953, são portadores da enfermidade, também conhecida como calazar. A Zoonoses testou Oliver durante ação no Lago Norte, uma das áreas mais afetadas pelo parasita transmissor da doença, o mosquito-palha.

A divulgação do exame de Oliver abalou toda a família. O aposentado Jorge Cardoso Pires, 65 anos, escondeu o resultado da mulher, Ângela Maria Pires, 61, até receber a contraprova realizada em uma clínica particular, atestando que o animal não estava doente. “Recebemos o resultado da Zoonoses por telefone, o que é uma pena, porque não temos nenhuma prova concreta contra eles. Poderíamos tê-los processado pelos gastos com os novos exames e principalmente pelo desgaste emocional porque esse cachorrinho é como se fosse um filho”, comenta o aposentado.

A secretaria recomenda que os animais contaminados sejam sacrificados para evitar que o mosquito-palha, transmissor da doença para os humanos, seja contaminado pelo cão doente. O Rifi, método utilizado pela secretaria para a detecção, é um dos quatro exames para detectar o mal.

A médica-veterinária, Gláucia Mansur, defende que o diagnóstico deva ser feito por ao menos dois tipos de exames e análise clínica. “Nenhuma técnica é 100% confiável. Por isso a recomendação da combinação de exames”, explica.

Os Testes

Elisa
Permite a detecção de anticorpos no plasma sangüíneo. É utilizada no diagnóstico da leishmaniose e seus resultados baseiam-se na detecção de anticorpos antileishmania. Não avalia a carga parasitária, mas a resposta imunológica do animal contra o agente. Podem, portanto, acontecer resultados falso-negativos e falso-positivos.

Imunofluorescência (RIFI)
O teste utilizado pela Secretaria de Saúde é considerado o padrão-ouro pelo Ministério da Saúde (MS). Baseia-se na detecção de anticorpos antileishmania. A melhor forma de aumentar a sensibilidade e a especificidade do diagnóstico é a realização combinada dos dois testes, Elisa e Rifi. Em resultados discordantes o mais indicado é considerar o quadro clínico do animal e repetir o exame após um mês.

Exame Parasitológico Direto
O exame direto é realizado por meio de punção na medula óssea. Trata-se de um teste de alta especificidade. Ou seja, uma vez visualizado o parasita, não há dúvidas quanto à positividade da amostra. É considerado o mais seguro por especialistas, se for positivo.

Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)
Vários estudos demonstram que a PCR é altamente específica e mais sensível do que os métodos microbiológicos clássicos utilizados para o diagnóstico da doença. O teste permite a detecção do parasita com sondas específicas de forma não invasiva, através da amplificação do DNA da leishmania.

Diagnósticos Divergentes
A informação de que algumas análises testadas pela Divisão de Controle Ambiental (Zoonoses) com resultados positivos, quando submetidas a novos exames, deram resultados negativos foi contestada pela Secretaria de Saúde. Para o subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde, Joaquim Barros, os exames são seguros e não apresentam falhas. Ele acredita que alguns proprietários de animais ainda demonstram resistência ao exame e a decisão de ter que sacrificar o animal.

“Eu duvido que isso seja possível porque os nossos métodos são muito melhores que os utilizados pelas clínicas particulares. Não temos nenhum interesse em realizar um exame errado porque a nossa preocupação é com a saúde pública. Seria muita irresponsabilidade da nossa parte se realizássemos uma campanha como essa sem ter uma maneira segura para fazer o diagnóstico”, analisa.

Segundo a secretaria, em 2007 foram registrados 62 casos da doença em humanos no DF — sendo três contraídos no DF e 59 em outros estados. Estima-se que, até agora, cerca de 30 casos tenham sido diagnosticados. O número de pessoas contaminadas no DF permanece o mesmo, três.

Controle
Para o veterinário Ricardo Guerra, a aplicação de uma vacina, já disponível no mercado, pode evitar a morte de muitos animais. “Não entendo porque a secretaria não cogita a utilização dessa forma de prevenção. A vacina tem 97% de eficácia, um número elevado. Com ela, o animal deixa de ser transmissor da doença e, em alguns casos, o mosquito também perde e capacidade de contaminar o homem”, explica.

O gerente de Controle da Zoonoses, Rodrigo Menna Barreto, discorda da aplicação da vacina e afirma que em 30% dos casos, o animal fica exposto ao parasita. “O cachorro ser vacinado não significa que ele está sadio”, afirma. Em novembro de 2006, a Vila Rabelo II, localizada na área rural de Sobradinho, registrou o primeiro caso de morte por leishmaniose visceral em solo brasiliense. A menina Renata dos Santos, 6 anos, foi a vítima.
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Dados mostram que 19% dos 5 mil cachorros do Lago Norte terão de ser sacrificados (em 19/11/2008)

O risco de casos humanos de leishmaniose no Lago Norte levou representantes da Secretaria de Saúde a dar explicações sobre o caso no Ministério Público ontem à tarde. Dados preliminares apontam a existência de mil cães doentes na região, o que representa um risco de disseminação do mal.

Se o mosquito transmissor picar um cachorro contaminado e em seguida um humano, pode ocorrer a transmissão da leishmaniose. Um inquérito sorológico sobre a situação dos animais do Lago Norte será concluído até o final desta semana. Com os dados em mãos, o governo vai decidir como agir para controlar o avanço da doença.

A subsecretária de Atenção à Saúde, Disney Antezana, esteve ontem à tarde no Ministério Público para apresentar as medidas de controle dos casos de leishmaniose. Os dados preliminares mostram que 19% dos cerca de 5 mil cães do bairro teriam a doença.

Cerco à Doença
“Se isso ficar confirmado ao final do inquérito canino, todos terão que ser sacrificados”, explicou Disney. Ela também garantiu que equipes da Vigilância Ambiental e da Vigilância Epidemiológica estão sendo treinadas para atuar em frentes de combate à doença.

O promotor de Defesa dos Usuários do Sistema Único de Saúde Jairo Bisol ouviu as explicações dos representantes da Secretaria de Saúde e, depois da reunião, disse que vai cobrar do governo mais investimento para aparelhar a Vigilância Ambiental.

Hoje, faltam técnicos e, principalmente, carros para visitar os locais com casos de zoonoses. “Vamos exigir uma infra-estrutura mínima para o combate à doença. Também cobramos do governo que sejam feitas campanhas de esclarecimento à população sobre a leishmaniose e suas formas de contágio.

A Secretaria de Saúde já registrou três casos humanos da doença este ano, todos em Sobradinho. A subsecretária de Vigilância à Saúde informou que há risco de contaminação no Lago Norte. “Se existem cães doentes e mosquitos transmissores, há risco de aparecimento de casos humanos”, explicou Disney. “Vamos intensificar também as medidas de manejo ambiental para reduzir a possibilidade de proliferação dos mosquitos”, acrescentou.

Contra-Informações
Além de cobrar providências do governo, o Ministério Público também vai investigar a divulgação de panfletos elaborados pela Associação Protetora dos Animais do DF (Pro Anima). A entidade é contra o sacrifício dos cães doentes e informou aos moradores do Lago Norte que já existe tratamento para a leishmaniose em cães, o que é contestado pelo Ministério da Saúde.

“Queremos uma comprovação científica para isso. Se não houver fundamentação, isso pode caracterizar crime de periclitação à saúde pública (colocar em risco a saúde da população divulgando informações enganosas). Existe uma movimento de contra-informação no Lago Norte que atrapalha o combate a uma zoonose grave”, disse Bisol. “Vamos chamar essas entidades e veterinários ao Ministério Público para pedir esclarecimentos. Se não houver fundamentação científica nessas informações, as pessoas cometeram um crime muito grave”, finalizou Bisol.

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